A implantação do BIM (Building Information Modeling) na construção civil transformou a forma como os projetos são desenvolvidos, coordenados e entregues. 

No entanto, à medida que essa metodologia avança, também cresce a necessidade de estruturar equipes e processos de maneira clara e eficiente. 

Afinal, a coordenação de projetos em BIM envolve vários atores internos e externos, cada um com suas responsabilidades e interesses. 

Sem uma estrutura organizacional bem definida, os conflitos são inevitáveis, e o retrabalho se torna uma rotina indesejada.

Por isso, é importante entender os principais modelos organizacionais para coordenação de projetos em BIM, detalhando como organizar equipes, dividir responsabilidades e estabelecer fluxos colaborativos. 

Se você busca clareza na sua estrutura BIM e deseja alavancar os resultados dos seus empreendimentos, o artigo de hoje é para você.

Modelos de estrutura organizacional para Coordenação BIM

A primeira decisão importante ao estruturar uma equipe BIM é definir o modelo organizacional de coordenação. 

Aqui, três opções principais se destacam: coordenação interna, coordenação externa e o modelo híbrido.

Coordenação Interna: centralização e controle direto

Neste modelo, toda a responsabilidade pela coordenação fica com a própria equipe da incorporadora ou construtora. 

Ou seja, profissionais internos conduzem desde a contratação de projetistas até a compatibilização dos modelos. 

A integração com as áreas de engenharia, orçamento e obra ocorre de forma direta, o que pode acelerar decisões e fortalecer a estratégia do empreendimento.

Contudo, para esse modelo funcionar bem, é indispensável que a equipe seja tecnicamente qualificada em BIM e tenha dedicação exclusiva. Caso contrário, o acúmulo de responsabilidades pode comprometer a eficiência do processo, especialmente em projetos mais complexos.

Coordenação Externa: especialização com foco técnico

Na coordenação externa, uma empresa especializada — como a DIM Inteligência em Projetos — é contratada para assumir a liderança técnica do processo. Essa equipe conduz as reuniões, organiza cronogramas, compatibiliza os modelos BIM, documenta o processo e acompanha as entregas junto aos projetistas.

A principal vantagem está no know-how da empresa terceirizada. 

Especialistas focados em coordenação BIM têm métodos mais refinados, evitam erros comuns e conseguem manter padrões técnicos elevados. 

Por outro lado, é fundamental manter um canal eficiente com a equipe interna da incorporadora. Sem esse alinhamento, podem surgir divergências entre as diretrizes do empreendimento e as soluções adotadas.

Coordenação Híbrida: divisão estratégica de papéis

O modelo híbrido combina o melhor dos dois mundos. 

Aqui, a coordenação interna e a coordenação externa atuam de forma integrada, cada uma com atribuições bem definidas.

A equipe interna fica responsável pelas questões institucionais: representação da estratégia da empresa, contratação de projetistas, aprovação final de soluções, e interação com outras áreas. 

Já a coordenação externa cuida da execução técnica: cronograma de projetos, compatibilização dos modelos, organização de arquivos e revisão dos entregáveis.

Esse modelo se mostra ideal para projetos complexos, onde a carga de trabalho e a necessidade de especialização são elevadas. 

A parceria entre as duas coordenações garante alinhamento e agilidade.

Quem faz o quê na coordenação BIM?

Em um projeto BIM, a clareza nas funções é a chave para o sucesso. A falta de responsabilidades bem definidas ou tarefas “soltas” pode levar a conflitos, atrasos e retrabalho, comprometendo todo o empreendimento.

O papel da Coordenação Interna

A Coordenação Interna atua como o elo central entre a estratégia do negócio e a execução técnica. Ela garante que as decisões estejam alinhadas aos objetivos do projeto, defendendo os interesses da incorporadora junto aos projetistas e à equipe externa.

É essa equipe que lidera a contratação de profissionais, define o escopo, valida as soluções propostas e assegura que o projeto siga as diretrizes institucionais. Além disso, a Coordenação Interna valida a estrutura das plataformas de gestão, como os Ambientes Comuns de Dados (CDEs), e mantém um alinhamento constante com as áreas envolvidas – como obra, orçamento e engenharia – promovendo uma comunicação fluida e centralizada.

Conforme a demanda por análises, gestão, controle e conformidade aumenta, a estrutura dessa equipe pode ser expandida, incluindo cargos de diretoria, gerência e analistas. Pode haver, inclusive, especialização técnica, como um coordenador de sistemas industriais para obras específicas ou um BIM Manager para projetos com diversas atribuições de uso BIM (compatibilização, planejamento, orçamento, etc.).

O papel da Coordenação Externa

Já a Coordenação Externa, normalmente representada por uma empresa especializada, tem o papel de liderar tecnicamente o processo de coordenação, compatibilização ou outros escopos. 

Sua atuação vai desde a elaboração do cronograma base dos projetos até a condução de reuniões técnicas, passando pela criação do manual do projeto, gestão dos termos de referência, recebimento e revisão dos modelos BIM, bem como controle de versões, organização de arquivos e produção de documentações complementares como markups e registros de furos. 

Essa equipe funciona como o motor operacional da coordenação, transformando as diretrizes recebidas em práticas concretas e auditáveis ao longo do ciclo do projeto.

O papel da Coordenação Externa

Já a Coordenação Externa, normalmente representada por uma empresa especializada, tem o papel de liderar tecnicamente o processo de coordenação, compatibilização ou outros escopos. 

Em cenários de alta demanda ou projetos de grande complexidade que excedem a capacidade ou especialização da equipe interna, a coordenação externa se torna ainda mais valiosa. Sua atuação vai desde a elaboração do cronograma base dos projetos até a condução de reuniões técnicas, passando pela criação do manual do projeto, gestão dos termos de referência, recebimento e revisão dos modelos BIM, bem como controle de versões, organização de arquivos e produção de documentações complementares como markups e registros de furos. 

Essa equipe funciona como o motor operacional da coordenação, transformando as diretrizes recebidas em práticas concretas e auditáveis ao longo do ciclo do projeto. Exemplos de sua especialização incluem o domínio de ferramentas avançadas de compatibilização, a experiência em diferentes tipologias de empreendimentos (residenciais, comerciais, industriais) e a capacidade de integrar novas tecnologias e metodologias rapidamente, algo difícil de manter em uma equipe interna com foco em múltiplas frentes.

Atuação conjunta e matriz de responsabilidades

Para que a coordenação híbrida funcione bem, é essencial adotar uma matriz de responsabilidades — como a matriz RACI.

Ela define:

  • Quem é o Responsável (R)
  • Quem é Consultado (C)
  • Quem deve ser Informado (I)
  • Quem aprova as decisões (A)

Exemplo:

  • Contratação de projetistas: Coord. Interna (R), Coord. Externa (C), Projetistas (A)
  • Compatibilização de modelos: Coord. Externa (R), Coord. Interna (I), Projetistas (C)
  • Validação final de soluções: Coord. Interna (R), Coord. Externa (C), Projetistas (I)

Essa estrutura evita conflitos e agiliza a tomada de decisão.

Por que isso é essencial em projetos BIM?

Sem clareza na estrutura, o projeto fica exposto a riscos como:

  • Decisões descentralizadas e contraditórias
  • Falta de rastreabilidade nas revisões
  • Responsabilidades sobrepostas ou negligenciadas
  • Delays na entrega por desalinhamento entre partes

Além disso, o BIM exige um nível maior de integração entre disciplinas. É comum que soluções de uma equipe impactem outras, o que reforça a necessidade de uma coordenação estruturada e colaborativa.

Como a Coordly apoia a estruturação organizacional na prática?

Na prática, a estruturação organizacional só se torna eficiente quando apoiada por ferramentas adequadas. 

É aí que entra a Coordly. 

Essa plataforma tecnológica permite que toda a lógica organizacional se traduza em tarefas visíveis, prazos definidos e responsabilidades rastreáveis. 

Através de painéis de sprint por disciplina e fase, a equipe consegue visualizar o progresso do projeto em tempo real. Os backlogs compartilhados ajudam todos os envolvidos a entender o que está pendente, quem é responsável e qual o prazo para entrega. 

Cada tarefa pode ser atribuída com prazos específicos, notificações são enviadas automaticamente conforme o perfil do usuário, e todo o histórico de revisões e versões fica salvo e documentado. 

Além disso, a Coordly traz clareza sobre o avanço do projeto, gargalos, entregas concluídas e aquelas que estão em risco, permitindo uma tomada de decisão mais rápida e assertiva. 

Com a rastreabilidade automatizada e a integração com ambientes de obra, como QR codes nos canteiros, a coordenação se estende da modelagem até a execução.

Estrutura clara é base para BIM de verdade

A adoção do BIM exige mais do que modelagem 3D: demanda organização, papéis bem definidos e integração entre equipes. 

A escolha entre coordenação interna, externa ou híbrida deve ser feita com base na complexidade do projeto e na maturidade da empresa.

Mas, independentemente do modelo adotado, uma coisa é certa: sem estrutura, não há BIM que funcione. 

Portanto, investir em uma estrutura organizacional eficiente é o primeiro passo para transformar a coordenação de projetos em um diferencial competitivo.

Se você ainda não tem essa estrutura clara na sua empresa, talvez este seja o momento ideal para repensar o modelo e dar um passo rumo à coordenação profissionalizada que o BIM exige.